KOSTAS PAPADOPOULOS
( GRÉCIA )
Pastor, vendedor ambulante e ludista, sem obra publicada...
Vende seus veros pela rua...
TEXTO EM GALEGO - TEXTO EM PORTUGUÊS
INTERNACIONAL DE POESÍA ANARQUISTA. Antoloxía de Samuel I. Paris. Santiago de Compostela (Galicia): Ediciones Positivas, Sin fecha. ISBN 978-84-121415-4-2 87 p.
Ex. doado por Elmira Simeão
Oxalá non chova nunca mais
Oxalá non chova nunca máis.
Oxalá não chova nunca mais morram todas as plantas
e todas as árvores e assim os animais herbívoros não
tenham nada que levar à boca e assim os carnívoros
fiquem sen herbívoros queden sen herbívoros
cos que alimentar-se, porque, deste xeito, os puros
fascistas non terán comida e morrerán todos de fame.
Oxalá morran todos.
A luz
En inverno é difícil ver que está facendo a rapazada,
Os cans ou as anciãs mais alá das oito da tarde. A
noite e os recortes eN alumeado público traen a
escuridade Ao barrio.
Por isso, cando a xustiza sobrevoou o noso barrio e a
oficina do banco rompeu a arder, apresurámonos a
comprobar se a rapazada bailaba, se os cans corrían
detrás das súas colas ou se as anciãs vían, ainda que
fosse por unha vez na súa vida, que a sustiza sobre-
voara o seu barrio.
O tabaco e ti
O tabaco non te pode matar porque non é um policía.
Un policía pode matarte varias veces e a xente dirá
que a culpa foi túa.
O tabaco non te pode matar. A fame si que mata.
Proba a cociñar um policía.
O tabaco non te pode matar. O aburrimento si que
mata a um policía e o menos interesante de todo o
puto universo.
O tabaco non quere matarte, porque “querer” é algo
que só podem facer os seres vivos, agás os policías.
TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA
Oxalá não chova nunca mais
Oxalá não chova nunca mais.
Oxalá não chova nunca mais morram todas as plantas
e todas as árvores e assim os animais herbívoros não
tenham nada que levar à boca e assim os carnívoros
fiquem sem herbívoros fiquem sem herbívoros
com que alimentar-se, porque, deste jeito, os puros
fascistas não terão comida e morrerão todos de fome.
A luz
No inverno é difícil ver o que está fazendo a rapaziada,
os cães ou anciões mais pra lá das oito da noite. A
noite e os recortes no iluminado público trazem a
escuridão ao bairro.
Por isso, quando a justiça sobrevoou o nosso bairro e
a oficina do banco rompeu a arder, apressámo-nos a
comprovar se a rapaziada bailava, se os cães corriam
detrás dos seus rabos ou se as anciãs viam, ainda que
fosse por uma vez na sua vida, que a justiça sobre-
voara o seu bairro.
No inverno é difícil ver o que fazendo a rapaziada, os
cães ou os anciões mais além das oito da tarde. A
noite e os recortes em alumeado público traen a escuridade
ao barrio.
Por isso, cando a xustiza sobrevoou o noso barrio e a
oficina do banco rompeu a arder, apresurámonos a
comprovar se a rapazada bailaba, se os cans corrían
detrás das súas colas ou se as anciãs vían, ainda que
fosse por unha vez na súa vida, que a sustiza sobre-
voara o seu barrio.
O tabaco e ti
O tabaco não pode te matar porque não é um policial.
Um policial pode matar-te várias vezes e a gente dirá
que a culpa era tua.
O tabaco não pode te matar. A fome é que mata.
Prova a cozinhar um policial.
O tabaco não te pode matar. O tédio sim é que
mata um policial e o menos interessante de todo a
porra do universo.
O tabaco não quer matar-te, porque “querer” é algo
que só podem fazer os seres vivos, exceto os policiais.
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Página publicada em junho de 2024
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